Tenha um pouco de fé

Tenha um pouco de fé
Mitch Albom

No princípio houve uma pergunta. - Você faria meu discurso fúnebre? E como costuma acontecer com a fé, pensei que estivessem me pedindo um favor, quando, na verdade, era eu que o estava recebendo.



Em seu primeiro livro de não ficção desde A última grande lição, Mitch Albom conta a história real de uma marcante jornada de oito anos entre dois mundos - dois homens, duas fés, duas comunidades.


Depois de receber do rabino Albert Lewis o pedido para fazer seu discurso fúnebre, Mitch passa a visitá-lo nos fins de semana. Ao mesmo tempo que mergulha de volta no mundo de fé que havia deixado para trás, conhece Henry Covington, um ex-traficante e ex-dependente químico que se tornou pastor e agora tenta manter em Detroit uma igreja em ruínas e um projeto de assistência a moradores de rua.


Movendo-se entre esses dois mundos - cristão e judeu, branco e negro, de fartura e escassez -, Mitch observa como homens tão diferentes usam a fé de forma muito semelhante: o rabino de um bairro nobre, para receber a morte que se aproxima, e o pastor de uma periferia carente, para manter de pé a si mesmo e sua igreja.


Nas realidades desiguais, questões em comum se revelam: como enfrentar as dificuldades; o que é o céu; Deus e a importância da fé. Por trás de textos, preces e narrativas de cada grupo, a unidade entre os dois mundos transparece.

Tenha um pouco de fé é a trajetória de um homem em busca da crença superior que nos une, uma história sobre o sentido da vida, sobre a perda da fé e sobre ser resgatado por ela. É também um convite à reflexão e se a religião, em vez de construir barreiras, forjasse elos entre nós?
Com um nome desses, qualquer um poderia imaginar que esse é mais um livro de auto-ajuda, bem estilo Augusto Cury, mas por conhecer um outro livro do mesmo autor, eu tive certeza que não me arrependeria de comprar essa lição de vida em 239 páginas.






Após ter lido A Última Grande Lição desse mesmo autor, eu fiquei extremamente apaixonada pela capacidade que ele tem de transformar suas histórias de vida em histórias da minha vida. Tenha um pouco de fé é como vocês puderam ler na sinopse, a busca de Mitch Albom, autor e personagem do livro, pela fé. Criado nas tradições judaicas, Mitch é convidado, sem exatamente um motivo inicial que acaba por ser meio que revelado no final, a fazer o discurso fúnebre do Rabino Albert Lewis, o Rebbe, que é, há 60 anos, o rabino de uma sinagoga em New Jersey, onde Mitch cresceu e participou até se mudar para Detroit. Mitch aceita, e passa oitos anos convivendo com o Rebbe, para que ele possa ter 'material' suficiente para usar no discurso fúnebre que, com o passar dos anos, parecia ficar mais próximo.Mitch descobre nesses anos os mistérios da fé e como ela, pode ser tão simples.

A narração é entremeada com a história de Henry, um ex-viciado em drogas, traficante, presidiário e hoje, o pastor fundador do Ministério Sou o Guardião do Meu Irmão - I am my Brother's Keeper. Mitch se vê envolvido na luta de Henry para manter uma igreja em ruínas físicas e cheia de almas em processo de restauração. Henry é o pastor de uma igreja que é bem parecida com o que Deus quer de uma igreja: um verdadeiro hospital. Onde os viciados encontram lugar, os abandonados encontram um lar, e os famintos são alimentados. Mas Henry não dispõe de recursos financeiros e passa por muitas dificuldades até Mitch decidir ajudá-lo. E é entre o judaísmo e o cristianismo que Mitch encontra lugar para exercitar sua fé.

Tenha um pouco de fé é uma lição para a vida, afinal, um livro que me fez chorar compulsivamente a ponto de ter que fechá-lo e não conseguir ler novamente de tanto que as vistas embaçavam, só pode merecer nota 10 e uma resenha medíocre, porque só quem ler, vai conseguir entender que não dá pra resumir em poucas palavras a enorme lição de fé que se aprende ao fim dele.

"Andei um quilômetro com o Prazer;
Ele conversou o tempo todo;
Mas não me deixou nem um pouco
mais sábio
Apesar de tudo o que disse.

Andei um quilômetro com a Tristeza,
E ela não disse uma palavra;
Mas, ah! As coisas que aprendi
Quando a Tristeza andou comigo!"

Robert Browning Hamilton

beijos,
Deb

2 comentários:

Mnê Lopes disse...

Nossa Deb... que livro! Vou procurar lê-lo também. Adoro livros neste estilo... Fico imensamente grata ao ler resenhas (ainda que medíocres - não achei isso, afinal foi esta resenha que apresentou o livro a mim)como essa... Às vezes não sabemos como podemos impactar pessoas... Você, melhor, sua resenha me impactou.
Bjos.

Cíntia Mara disse...

Você falou tão bem A Última Grande Lição que eu fiquei com vontade de ler. Agora vou incluir na minha lista esse também :)
Beijos

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