Bom Dia

Você costuma dar Bom Dia pras pessoas que encontra pela manhã?
Não, não me refiro aos seus familiares e amigos. Estou falando do porteiro do prédio, do colégio, do motorista do ônibus, do jornaleiro, da tia da limpeza, da cantina...
Às vezes a gente nem percebe, mas palavrinhas como 'desculpe', 'por favor', 'obrigado(a)' fazem, sim, toda a diferença na vida das pessoas que as escutam. E com o 'Bom Dia' isso não é diferente.
Hoje a minha manhã ganhou alguns Bom Dias especiais. O primeiro deles foi na espera do ônibus. Eu me sentei em um dos banquinhos do ponto, coloquei o caderno e a bolsa no colo e fiquei olhando na direção de onde vêm os ônibus.
Após alguns minutos, um cachorrinho se aproximou de mim, me saudou com os olhos e eu respondi com um sorriso, mas continuei vigiando o ônibus. O que eu não sabia é que aquilo fora o suficiente pra ele se deitar debaixo dos meus pés e ficar ali, olhando pra mim e abanando o rabo.
Fiquei meio sem saber o que fazer, mas levantei os pés e deixei ele ficar à vontade, já que seria meio inconveniente brincar com ele e, dessa forma, confirmar o que os olhares curiosos estavam, provavelmente, pensando: que nós (o cachorro e eu) já nos conhecíamos.
Logo veio meu ônibus, eu me levantei, dei o sinal e fui caminhando em direção à porta, quando, num súbito, olhei pra trás. Ele estava atrás de mim, de quatro, balançando o rabo e se despedindo, novamente pelo olhar. E eu retribui, dessa vez em forma de palavras: 'Tchau, cachorrinho.' E entrei no ônibus.
Depois disso dei (e recebi) alguns Bom Dias sonoros pro cobrador, pro motorista, pro jornaleiro... Um Bom Dia em forma de abraço de um amigo querido; Bom Dia pro porteiro gordinho e simpático da faculdade; pros professores no corredor; pras meninas da xerox; e um Bom Dia sorridente e caloroso pra minha turma - hoje exclusivamente feminina, o que contribuiu para que eu ganhasse mais alguns Bom Dias, e nada discretos! rs.

E você, tem dado Bom Dia às suas flores?

Deus abençõe vocês!
Beijos,
Bel.

Devaneios

'Cheguei ao ponto de me desesperar por todo trabalho no qual tanto me esforcei debaixo do sol. Pois um homem pode realizar o seu trabalho com sabedoria, conhecimento e habilidade, mas terá que deixar tudo o que possui como herança para alguém que não se esforçou por aquilo. Isso é um grande absurdo e uma grande injustiça.'

'Verdade...'

'Mas não me preocupo. Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.'

'Mmm-hmm'

'Deus fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade, mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. Daí, descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus.'

'É...'

'Sei que tudo o que Deus faz permanecerá para sempre; a isso nada se pode acrescentar, e disso nada se pode tirar. Deus faz assim para que os homens o temam.'

'Pois é...'

'Vai dizer nada não? Só fica resmungando, todo lacônico.'

'La o quê?'

'Lacônico... de poucas palavras.'

'Hmmm'

'Hmmm o quê?'

'Nada, uai.'

'Aff. To indo. Falei, falei e você nada.'

'Concordo com tudo, mas não sei o que falar.'

'Ta bem, então...'

'Ok. Mas tirei uma conclusão disso tudo.'

'E o que é?'

'Todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isto é um absurdo, é correr atrás do vento.'

'Hmmm.'

'Hmmm o quê?'

'Nada, uai. Legal sua conclusão.'

'Ok.'

'Ta, tchau.'

'Tchau.'


P.S.: Baseado em Eclesiastes 2 e 3.

Se cachorro fosse professor...

...Você aprenderia coisas assim:

Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...Volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo...Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.
A amizade verdadeira não aceita imitações!

*Publicado originalmente em thayraazevedo.blogspot.com

Ervas Daninhas

Tem coisa mais desagradável que fofoca? Sabe, aquela pessoa que mal te conhece (ou às vezes te conhece muito bem, o que é pior) e sai por aí falando de você pelas costas e inventando histórias pra terceiros, quartos, quintos... Pior que isso, só depilação!
A fofoca é uma espécie de erva daninha, e assim como a inveja, a mentira e a falsidade - primas dela -, podem colocar em risco o bem estar do "jardim".
O apóstolo Paulo disse aos amigos Gálatas no versículo 4 do capítulo 6: "Que cada um examine o seu próprio modo de agir; se ele for bom, então a pessoa pode se orgulhar do que fez, sem precisar comparar o seu modo de agir com o dos outros."
Viu só? Que cada florzinha tome conta das suas próprias pétalas e deixe que o Jardineiro cuide do resto, inclusive de eliminar as ervas daninhas, afinal, quem tem que se agradar do que nós fazemos ou deixamos de fazer, é Ele!

Ótimo feriado, Flores!
Deus abençõe vocês!
Beijos,
Bel.

Só EU tenho as palavras de VIDA ETERNA.

E ela estava ali, bem no meio de uma estrada. Uma longa estrada. Ela olhava pra frente mas não sabia muito bem o que fazer. Seguiria como estava, voltaria? Ela não podia ver mais do que 100 metros à sua frente. E se ela continuasse e logo à frente, de súbito, lhe aparecesse algo com o que ela não contava? E se ela voltasse, mas depois soubesse que o fim daquela estrada era muito bom? E se ela ficasse ali parada pra sempre...?

"Ei, olha pra cima."
"Hã?"
"Aqui, ó. Olha pra cima."
Olhou...
"Não se preocupe. Eu vejo tudo. Desde o princípio dessa estrada até o fim dela. Eu sei onde ela dá. Lembra?"
"Lembro do quê?"
"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que me amam. Você me ama?"
"Amo sim. Muito."
"Pois então. Está preocupada com o quê?"
"Não sei. É difícil confiar tanto assim. Eu sou ansiosa demais."
"Não andeis ansiosos por coisa alguma. Lembra desse?"
"Lembro também."
"Traz à memória aquilo que te dá esperança. Esperança não é aquilo que vemos. Pois quem espera aquilo que vê? Mas se espera o que ainda não vê, então, aguarde pacientemente."
"Tem razão."
"Tenho?"
"Tem. E o que eu faço agora?"
"Está cansada de caminhar?"
"Um pouco."
"Então vem cá, senta no meu colo. Dorme um pouquinho... Descansa em mim. Daqui a pouco eu te digo o que fazer."
"Está bem, Deus."


Beatriz

- E agora, que decisão eu devo tomar?! disse Beatriz batendo a porta de seu quarto e jogando-se aos prantos sobre sua cama. Eu cheguei ao meu limite e não sei o que é o melhor pra mim. Não posso enfrentar isso sozinha, meu Deus!

O choro se tornou um grito de socorro, uma oração um tanto quanto desajeitada.

- Faz tanto tempo que eu não converso com o Senhor que nem sei direito como falar. disse, em meio às lágrimas. Mas tudo tem sido tão difícil pra mim! Tantas escolhas a fazer e essa falta de apoio que torna as coisas ainda piores. Não posso continuar sozinha, sem Ti! Me perdoe, Deus, se não tenho feito a Tua vontade, sei que tens o melhor pra mim, mas também sei que não ando facilitando as coisas. Perdão, Senhor, por esse tempo longe dos Teus braços. Eu... eu estou com saudades!

E caiu em sono profundo, vencida pelas lágrimas, mas sentindo-se amparada pelo Pai, pois apesar da confusão e do medo que estavam em sua mente, ela não teria que enfrentá-los sozinha.

Praia do Forno



Ei, flores!
Essas são as fotos que a Débinha e eu tiramos ,coincidentemente (ou não), no mesmo ponto da Praia do Forno, em Arraial do Cabo. Ela em Dezembro/Janeiro, e eu em Fevereiro. Amiga, você deveria ter me esperado! hehe.
E se vocês repararem, ela está de um lado da foto e eu do outro, ou seja, era pra ser uma foto só com as duas! hehe. Mas um dia a gente chega lá!
Deus abençõe vocês!
Beijos,
Bel.

E você, vai contar o que pros seus netos?

E aí, jardim! Tudo verde?

Como disse a Deby, eu estava, folgadamente, dourando a minha cútis nas praiax cariocax de Cabo Frio e Arraial do Cabo, mas já tô de volta pra contar minhas aventuras pra vocês!

Saímos daqui na quinta, aproximadamente às 8h da manhã, em um carro foram dois tios e uma tia, e no outro, eu, um primo e uma prima. A ida já foi cheia de gargalhadas, brincadeiras e bobeiras entre primos, ao som dos fofíssimos César Menotti e Fabiano e sob às reclamações ininterruptas do Pedro, que, estranhamente, conhecia todas as músicas e cantava junto.
Chegamos a Cabo Frio pouco depois do meio-dia. Mas chegar à cidade é uma coisa, encontrar o apartamento é outra completamente diferente. E ainda por cima, havíamos nos perdido do outro carro antes de chegar ao Rio, já que, como diz a Tathy 'resolvemos pegar um caminho alternativo' - maior e mais longe, diga-se de passagem. Devia ser pra apreciar melhor a paisagem, cheia de morros e favelas. Tá, já tô exagerando! haha.
E como a tecnologia deve ser usada a nosso favor, logo que chegamos a Cabo Frio, os celulares começaram a tocar enviando e recebendo informações sobre o endereço do prédio, onde encontraríamos o dono do apartamento.
Depois de umas 547962 ligações do meu tio perguntando onde nós estávamos, o celular toca de novo, mas dessa vez, de um número de lá, provavelmente de um orelhão, e a Tathy diz: 'Atende aí, Pedro, deve ser o Sr. Genézio, dono do apartamento.'
Mas o vento forte entrando no carro em movimento deve ter impedido a boa audição do garoto, que atendeu dizendo: 'Alô, Sr. Genival?'
'É Genézio, Pedro!' gritamos, Tathy e eu, em meio a gargalhadas.
Mas não era o Sr. Genival, nem Genézio, era meu tio, querendo saber o nome da rua do prédio. Pedro: 'Tathy, o seu pai tá perguntando o nome da rua do prédio.'
Tathy: 'Meira Júnior.'
Pedro: 'É Beira Júnior, tio.'
Tathy: 'Meira Júnior.'Pedro: 'Meia Júnior.'
Eu, me intrometendo, em prol de uma informação correta: 'MMMeira, Pedro! De Tarcísio MMMeira!'
Pedro: 'Ahhh, Meira Júnior!'
Não demorou muito, encontramos a tal rua Meira Júnior e chegamos ao prédio, onde o Sr. Genézio nos esperava para mostrar o apartamento e entregar a chave.
Depois fomos almoçar num restaurante lá perto e, como bons turistas, trocamos logo de roupa e fomos à praia, enquanto os 'adultos' foram ao supermercado fazer a 'compra da semana'.
Durante praticamente todos os dias, acordamos lá pelas 8h, tomamos café, ajeitamos o apartamento e fomos à praia, de onde só voltávamos na hora do almoço. E depois que eu arrumava a cozinha - já que era a minha parte no combinado da divisão de tarefas - íamos pra piscina do prédio e ficávamos até umas 18h, quando subíamos pra tomar banho e nos arrumar pra passear e lanchar na rua.
O ponto alto da viagem pra mim foi na terça-feira, quando fomos à Praia do Forno, em Arraial do Cabo, que é colada em Cabo Frio. Uma das nossas mais lindas flores (minha e da Deby), a Laís Doce, mora em Arraial, nós só nos conhecíamos pela net e já havíamos combinado mais ou menos de nos encontrar lá.
Quando chegamos a Arraial, na entrada da trilha que leva à Praia do Forno, eu liguei pra avisar a Laís que já tinha chegado, mas a bonitona ainda estava dormindo, então deixei o recado com o pai dela, dizendo que ligaria quando saísse da praia, pra me encontrar com ela num lugar mais 'encontrável', um shopping, lanchonete, essas coisas.
Depois da caminhada, chegamos salvos e quase derretidos à praia cuja vista compensa todos os degraus altos e cobertos de areia escorregadia (onde nossa queridíssima flor Débinha já caiu), insetos e folhagens pinicantes da trilha. Gente, aquilo lá é perfeito! Parece aquelas paisagens de wallpapers que a gente chega a duvidar que existem! Lindo, lindo, lindo!
Chegamos à praia, e começamos a desfrutar da nossa vidinha mais ou menos de comer camarão, dourar a pele no sol e refrescá-la nas águas límpidas de Arraial que nos permitem ver os peixinhos nadando do nosso lado. Até que um bendito ser tem a idéia de passear de banana, e a bobona aqui vai, literalmente, na onda. Estávamos numa ponta da praia, logo na entrada, e o cara dono das bananas ficava na outra ponta, aí juntamos nosso grupo de corajosos e atravessamos a praia.
Enquanto caminhávamos em direção à mort... ops! à banana, eu observava o mar, pensando em sei-lá-o-quê (porque eu deveria estar inconsciente quando concordei em andar naquele troço) quando meus olhos apertados pelo sol avistaram uma preta linda e sorridente que brincava na água. Parei, olhei devagar, cheguei mais perto, não tinha mais dúvidas, era ela, a Laís! Muito discretamente gritei: 'Menina Dooooooooooce!' e ela pode ser quase cega, mas surda e muda não é, porque veio correndo e gritando na minha direção. Nos abraçamos forte e começamos a falar um monte de coisas tentando entender como a gente tinha se encontrado - típico de quem não tá acreditando no que tá acontecendo! hehe.
Aí eu me juntei ao meu grupo corajoso e fui me preparar pro passeio de banana, dizendo à Doce que depois voltaria pra conversar mais e tirar fotos. Cheguei no cara das bananas e devo ter tido um lapso de consciência, porque perguntei: 'Moço, como é o trajeto? Vai lá no meio do mar? A gente cai lá? Eu não quero cair, não! Qual a possibilidade de eu morrer nesse troço?'
E ele, muito esperto e marketeiro, deu um sorrisinho malandro e respondeu: 'Não joga no meio do mar, não, só aqui na beirada. Garanto 100% de chande de você viver, e mais feliz.'
Quem não quer viver, e mais feliz ainda? Bora pra banana!
Colocamos os coletes salva-vidas, que por sinal são muito úteis, fiz uma rápida e pessoal oração e subimos na banana. Eu no meio, pra ter em quem segurar, por via das dúvidas, né? E o treco começou a andar. Eu até curti o passeio no começo, tô lá feliz da vida, me achando a aventureira, apreciando o mar azul e clarinho, e sentindo o vento nos cabelos. Até que o troço faz uma virada brusca e puft! cai todo mundo no meio do mar! (deu até um frio na barriga de lembrar, sério!) Eu devo ter descido uns dois metros mar abaixo, porque deu tempo do tal 'filmezinho da nossa vida' passar todo na minha cabeça, e eu, apegada à promessa do cara de não jogar a gente no mar, pensei, inocentemente, que aquilo tinha sido um acidente, imprevisto, e não parte do trajeto como realmente era.
Pensei nos meus pais 'se eu morrer, eles me matam', na minha irmã e na minha cachorra, até que resolvi lembrar dos anos de aula de natação e do tal colete salva-vidas (que de bonito não tinha nada, então tinha que servir pra alguma coisa), comecei a bater os pés e logo cheguei à superfície, auxiliada pelo colete.
Cada um dos 'corajosos' tinha uma cara diferente; meu tio se agarrou à banana e não queria soltar por nada, o Pedro tinha cara de assustado, o Thiago (outro primo que chegou depois), que quase engoliu toda a água do mar, não parava de tossir, o Carlos (namorado da Tathy) foi acudir o Thiago, eu, conforme a descrição do restante, tinha na face um ar de 'o que aconteceu?', e a Tathy ria da cara de todo mundo.
Olhei pro cara do bote com uma cara de 'Viu, seu bobão, eu não morri!' e ele ajudou um por um a voltar pra banana. E aí o menininho que tava ajudando ele no bote, ficou rindo da minha cara e disse: 'Se prepara porque ainda tem mais dois desse!'
'Como assim mais dois?!', pensei. 'Quer dizer que isso foi planejado? Ele sabia que a gente ia cair? Eu não quero cair mais, não!'
E logo os pensamentos saíram da minha boca em forma de palavras, ou gritos. 'Moço, eu não quero cair mais, não!!!'
'Os outros são melhores, você vai ver.'
'Eu não vou ver nada, quero ir com você aí no bote.'
'Não, moça, fica aí e aproveita o passeio.'
'Por favor, deixa eu ir no bote!' e gritei, chorando.
Rapidamente ele aproximou o bote da banana e me ajudou a subir lá. Ele não era doido de discordar com uma mulher em prantos, né? hahaha.
E aí, sim, eu pude curtir o passeio, voltei a apreciar o azul do mar e sentir o vento nos cabelos. Só não foi melhor do que sentir a areia nos pés, quando chegamos à praia. Ai, como eu gosto do chão!
A experiência foi legal, mas só serviu de experiência mesmo. Pra 'contar pros netos'.
Depois voltei pra perto da Laís, onde estavam o irmão e o marido dela, que iria tirar fotos nossas, e eu fui ao mar molhar o cabelo de novo pra ficar mais apresentável ao lado da lindeza da Doce.
Observei um casal bem clarinho e loiro conversando entre si e apontando pro mar, e eu, na minha infinita curiosidade, perguntei: 'É peixe?'
O cara me olhou meio assustado, mas respondeu com um sotaque muito carregado e com certa dificuldade que eles eram argentinos e não falavam português. Mas como tudo nessa vida tem a sua utilidade, acionei o meu humilde e limitado vocabulário de espanhol adquirido durante as aulas do ensino médio e agora no curso, e respondi timidamente, morrendo de medo de falar besteira: 'Yo hago clases de español.'
E foi o suficiente pros dois abrirem um sorrisão, como quem diz 'Alguém pra conversar com a gente! Êeeeeeeeeee!' E foi exatamente o que fizemos: conversamos! Sobre tudo, sobre todos, deu até pra rir com eles! Foi beeem legal!
Aí eu me despedi deles, molhei o cabelo pela trilhonésima vez e fui pra minha sessão de fotos com a Doce. Depois o irmão e marido dela foram embora pra outra praia surfar e nós duas ficamos fofocando, rindo, brincando, desenhando na areia e tirando fotos. Até que chegou o Renan com a irmãzinha dele, e aí nós conversamos, brincamos e rimos mais ainda! Renan é uma figura! hehe.
Mas como tudo nessa vida acaba (nossa, que profundo!), chegou a hora de dizer tchau =/. A Doce foi com o Renan encontrar o marido dela na outra praia e eu voltei pra Cabo Frio com a minha trupe.
Os últimos dias correram numa boa... A essa altura eu já tava mais preta do que vermelha, o que me deixou feliz. Aproveitei ao máximo praia, piscina e passeios com o pessoal, que só de estar junto, já é motivo de dar risada! E minhas flores ficaram mais regadas do que nunca, tanto que quase se afogaram! haha.

Beijos, flores.
Deus abençõe vocês!
Bel.

Entre amigos...

"Para quê serve um amigo?
Para rachar a gasolina, emprestar uma roupa, recomendar um cd, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra.

Todas as alternativas estão corretas, mas só isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito. Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas uma roupa. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém."

E não é que a pessoa que escreveu isso ta certa! Antes eu achava que não importa o tempo que você conhece uma pessoa, mas sim a intensidade com que os corações estão ligados um ao outro. Hoje eu vejo que sim, importa o tempo. O tempo nos faz mais maduros, mais compreensivos, menos irritáveis, mais tolerantes... É claro que há aqueles amigos recentes com os quais você tem uma afinidade tão grande que parecem que são amigos de infância. Mas bem, só o tempo vai mesmo dizer o quão eterna essa amizade pode ser.

"E você, já regou suas flores hoje?" As flores novas, as flores mais velhas... Já regou?

P.S.: Saudade da minha florzinha. Volta logo, Bel!

É pra todo mundo...

Essa não é apenas uma postagem de teor teológico, mas se você achar que é, bem... pode ser também. Na verdade, tem muito mais a ver com algo que Deus me falou numa dessas madrugadas atrás. Eu já estava com bastantes sono, mas resolvi ouvir o que Deus tinha pra falar comigo... O mais estranho disso tudo é que, na teoria, eu já sabia de tudo que Ele falara comigo, mas parecia que aquela era a primeira vez que eu ouvia sobre SALVAÇÃO.

Abri em Romanos 10 e os versículos que mais tocaram meu coração foram os versículos 4, 9, 10, 11, 13, 14, 15 e 17. Quando puderem e se quiserem, leiam.

> Salvação é pra todo mundo. Mas a menos que eu pregue e conte às pessoas que elas têm direito à salvação, elas jamais saberão sobre isso. É como se eu ficasse sabendo de algo muito bom que todas as pessoas também podem ter. Mas, ao invés de eu contá-las que elas também podem desfrutar dessa coisa, eu guardo isso pra mim porque eu acho que é suficiente que apenas eu saiba... "Alguma outra pessoa irá contá-las. Eu estou ocupada demais agora cuidando das minhas coisas. As pessoas verão que estou feliz e irão me perguntar sobre isso." Mas e se elas não perguntarem? E se elas morrerem antes de me perguntarem? E se elas não tiverem tempo pra me perguntar? Eu as vou deixar irem pro inferno por causa do meu egoísmo? Eu não posso fingir não ter nada a ver com toda essa bagunça no mundo. Se o povo de Deus, o que me inclui também, estivesse fazendo algo, o mundo poderia ser salvo. Quem está em nós é maior do que quem está no mundo, não?

Nós precisamos ver e entender as coisas sob uma perspectiva maior. Às vezes nós podemos agir com nossa vida sem dizer coisa alguma, mas outras vezes eu tenho que dizer algo. Devem sair fontes de vida da minha boca e como elas sairão se eu não abrir minha boca?
Pessoas estão morrendo sem conhecer sobre a salvação. Elas conhecem sobre Jesus, mas não sabem sobre o verdadeiro evangelho de redenção e graça. Não são pessoas distantes de nós. Não apenas pessoas vivendo longe da civilização, há também os que vivem perto de nós, que passam por nós o dia todo e todo dia. Família, amigos, colegas de trabalho e de classe. Pessoas que nós dizemos que amamos, mas não mostramos a elas quem é o verdadeiro amor. Muitas vezes nós dizemos que não falamos sobre religião porque é um assunto complicado. Como assim? Nós preferimos nossos familiares e amigos perecendo porque religião é um assunto complicado demais? Política é complicado, aborto é complicado, futebol é complicado, economia é complicado... Religião é, na verdade, o assunto mais simples de todos. Jesus é a RELIGIÃO. Ele é a VERDADE. Não há complicação nenhuma nisso. Talvez seja difícil demais pra nós falar sobre isso porque nós não estamos preparados para perguntas do tipo, "Como você sabe que a Bíblia é verdade?" Por que Jesus é melhor que Moamé e por que eu devo acreditar nele?"

É... Nós preferimos usar a frase, "Eu mostro Cristo com a minha vida, não com palavras." Ótimo se isso funcionasse mesmo! Mas não funciona pra maioria de nós. Porque nós evitamos usar as palavras porque elas não têm poder algum. Elas são vazias. Elas soam como se estivéssemos recitando uma fórmula de matemática, que até tem significado, mas sem conhecimento não faz sentido nenhum.

Ah, se nós fôssemos simples como a pomba... Se defendêssemos a causa de Deus como nós fazemos com nosso time de futebol, como fazemos com os livros e filmes que gostamos... Ah, se experimentássemos a presença de Deus por apenas um segundo. Nós seríamos totalmente mudados! Nós estamos ocupados demais para o que Deus tem pra nos revelar? Ele quer se revelar pra nós, temos um minuto pra ouvir o que Ele tem pra fazer em nós e através de nós?

5 confissões minhas...

1. Eu sou uma pessoa com sono.

2. Eu quase sempre penso antes de falar, mas mesmo assim falo merda. E quando não penso, bem... quando não penso, nem imaginem o que sai...

3. Eu confio em todo mundo.

4. Eu quase sempre me ferro por confiar em todo mundo.

5. Eu preciso confiar menos nas pessoas e mais em DEUS.

6. Eu não... Ops! Já passou do 5??? Mas passou tão rápido... Ahh nem, ainda tinha tantas confissões pra fazer. DOGRAS!


Se você teve a paciência de ler essa bobeira aqui, comente e faça também as suas 5 confissões. Isso não vai mudar sua vida e nem a minha, mas ah... É divertido, né?! Mesmo porque você só vai falar o que quer que as outras pessoas saibam de você. É claaaaro que eu sei que você não vai confessar que já furtou chocolates das LOJAS AMERICANAS, porque todo mundo vai pensar e ter certeza de que você é um meliante...

Ahh. pára de falar e vá se confessar!

Esse 'pára' daí de cima tem acento ou não? Odiei esse novo acordo ortográfico... Mas isso é assunto pra outra postagem. As letreiras de plantão aqui ainda vão pensar em algo bem legal pra escrever sobre essa baboseira de novas regras que não têm (tem) nexo nenhum. Agora vou ali fazer uma pipoca de micro(-)ondas!

E suas flores? Estão regadas?

"Uai uai, nós trupica mas não cai."

Boas noites, tardes, ou dias... Bem, uma das flores mais lindas do meu jardim primaveril, Bel, está, folgadamente, em pleno começo de ano letivo, tirando férias e torrando a cútis nas belas praias cariocax de Cabo Frio. É claro que estou aqui morrendo de inveja porque ela vai se encontrar com minha amiga linda, preta e gostosa (lê-se Laís - Doce). Pois é, como disse nossa sábia amiga prodígio Annie, 'A Laís é doce mesmo, todo mundo vai atrás dela...' E pior (ou melhor) que é verdade! Bem e por causa dessas férias fora de temporada de nossa ilustríssima Isabel Damasceno, esse brogue que vos 'fala' é só meu! MWAHAHAHA. (risada maléfica).

Bem, esses últimos dias foram um tanto quanto... atípicos. Terça-feira eu dei aula para meus alunos jovens, idade entre 14 e 18 anos. Eles são legais, mas difíceis de agradar... Uma menina, que chama muito minha atenção, por diversos fatores, que agora não vêm ao caso, contou-me que o ponto alto das férias dela foi o dia em que ela tentou matar a avó. Assustados? Pois é, também fiquei. Ela tentou mesmo matar a avó dela. Houve outras 'testemunhas' que confirmaram a veracidade do acontecido. Ela não quis contar os motivos, mas fiquei mesmo preocupada, porque essa menina não aparentava ser capaz de fazer algo do tipo. Esses meus alunos jovens têm histórias de vida bem complicadas. Quatro dos 6 alunos, são meninas que foram abandonadas pela família quando crianças ou a mãe está presa e por isso moram numa casa para menores abandonados. É difícil lidar com isso, mas acho que, na verdade, sou eu quem encontra dificuldade, porque elas agem como se isso fosse algo totalmente normal e que, aquela é mesmo a casa delas... É muito fora da minha realidade, mas eu tenho aprendido demais com elas.

Quarta à noite houve a festa do ex-cursinho da minha amiga para os aprovados na UFMG. Como minha amiga passou em Ciências Biológicas, ela deu convites pra mim e pra mais duas amigas nossas. Fomos. Foi numa boate. Legal, mas pequena demais pra taaaanta gente. Estava bem bacana, eu e minhas amigas juntas e felizes nos divertindo, rindo (dos outros, é claro!), tirando fotos e dançando. Algumas coisas, entretanto, me deixaram bem 'assustada'. Exemplo: como as mulheres estão vulgares. Nossa, que nojo! O cara passando a mão na menina toda, a outra com um vestido curtíssimo, ou saída de praia, sei lá o que era aquilo, porque ela usava um bíquini por baixo, rebolando até o chão com as protuberâncias traseiras todas aparecendo. Outras três se esfregando num único e muito feliz rapaz!!! Eu lá, toda horrorizada e minha amiga solta uma, 'Ihhh, amiga. No Rio é muito pior. Tem que ver como é nox bailex funkx cariocax.' Eu disse, 'Quero nem imaginar.'

Desabafo: Tem que se valorizar, mulherada. Pô, pelo amor do santo CRISTO! Cadê a decência dessas moçoilas???

Quinta fui ao Teatro. Programação cult! Afinal, nem só de PC vive o homem, né?! (Mas a mulher sim! hehe. Piadinha infame) Galera de amigos reunidos para assistir '10 coisas incríveis para destruir seu casamento.' Bem, o nome não é algo que se diga, 'Nooooossa, que benção de peça!' Mas foi até legal. É comédia. E eu não sou lá uma apreciadora nata de comédias, acho tudo muito forçante e apelativo, mas até que essa foi legal. Dava uma sensação de que se tirassem um ator, a peça perderia a graça. Os atores eram, na sua maioria, razoáveis. Eles faziam graça. Mas tinha UM, que era ENGRAÇADO. Ele não 'fazia graça', ele era a graça! Muito bom mesmo. Pegou no pé de um cara da platéia a peça inteira. O pobre do cara chamava MÁRIO... Nome bem sugestivo pra piadas. E estava casado há exatos 24 anos... Coitado! Ele foi praticamente um coadjuvante! hehe

SAUDADES DA MINHA FLOR... Belzinha.

'Já regou suas flores hoje?'

Alegria de pobre 2 - Volta às aulas

E pra comprovar a tal teoria de que "Alegria de pobre dura pouco", minhas aulas começaram ontem. E era pra eu ter postado ontem mesmo, mas como habito em uma residência onde praticamente todos os moradores utilizam o pc, e, pelo "combinado", cabe a mim o horário noturno, esperei pacientemente pela chegada da noite. Mas quando foi lá pelas 19 horas, eis que resolveram lavar o céu e arrastar os móveis celestiais - muitos, por sinal -, e a faxina só foi diminuir lá pelas 22h, quando, eu, uma universitária dedicada e estudiosa já estava me recolhendo aos meus aposentos.
Mas essa história toda é pra justificar o post de hoje sobre a "volta às aulas" de ontem.
A preparação começou na noite anterior, segunda à noite; separei cuidadosamente o que levaria no dia seguinte, com aquela empolgação típica de menina de 8 anos com caderno e acessórios (leia-se lápis, lapiseira, canetas, borracha, apontador, corretivo, etc.) novos. E aumentando 10 anos da tal menina, a empolgação é a mesma.
Indo dormir 3h da manhã e acordando meio-dia durante dois meses, seria praticamente impossível alterar meu relógio biológico da noite pro dia (literalmente), mas como tentar não paga imposto, me despedi dos meus amiguinhos do msn mais cedo e fui pra cama antes da meia-noite e fiquei revirando de um lado pro outro, à procura do sono perdido.
Parecia que não havia passado nem 5 minutos direito, e o PG logo começou a cantar no despertador do celular: "Que sejas meu universo...". Eu, toda sonolenta, peguei o celular pra desativar o alarme e pensei: "O que me fez colocar esse troço pra despertar às 6:30 da madrugada?!". Desativei o alarme e virei pro canto pra voltar a dormir, mas num súbito, abri os olhos novamente: "Epa, peraí, hoje é o primeiro dia de aula! Ah, mas acho que posso dormir mais uns minutinhos..." (É, a empolgação era um pouco diferente antigamente...)
Às 7h não teve jeito, acordei num pulo e fui direto tomar banho, lavar o cabelo e cantarolar no chuveiro, pra espantar o sono. Arruma daqui, arruma dali, pega isso, pega aquilo, toma café, escova os dentes e o relógio já marcava 8h (a hora que entro na faculdade), e eu já ia abrindo o portão da varanda na minha costumeira correria, quando ganhei uma divina carona do meu tio. Divina porque eu fui orando, já que o motorista era meu primo, com a carteira recém-tirada.
Mas como "a oração do justo pode muito em seus efeitos", cheguei à faculdade sã e salva, parecendo até acadêmica do 3º período de Letras, de bolsa e caderno a tiracolo. Entrei e fui andando meio devagar pra tentar descobrir onde seria minha sala, aí lá de longe avistei um grupo de umas 15 pessoas se abraçando, conversando e rindo, mas como minha miopia me impede de reconhecer pessoas a uma certa distância, tive que chegar mais perto pra perceber que era o meu grupo! Aí foram mais abraços, conversas e risadas! Todo mundo com saudade, cheio de novidade e fofocas pra contar!

Depois que a empolgação diminuiu (mas não totalmente, claro), achamos nossa sala e descobrimos que as duas primeiras aulas eram de Literatura Brasileira II, com o professor Fábio, que já havia nos dado aula no 1º e 2º período, e, na minha opinião, é o mais inteligente, engraçado e gente boa de lá! O dia tava começando bem!
No intervalo, maaais fofocas! Eu e minha dupla de baixinhas, Evelyn e Virgínia, parecíamos estar numa competição de quem tinha mais novidades pra contar e falava mais e mais rápido! haha. Encontramos outros amigos de outras turmas no intervalo e o papo não terminava nunca. E eu, muito saudável e falante, demorei mais de meia hora pra comer minha pêra.
Após o intervalo seria aula de uma matéria nova, Didática, com uma professora nova também, que eu esqueci o nome. Mas como ela não apareceu, fomos todos embora.
Saí da faculdade e fui pagar umas contas no Banco, cheguei em casa quase 13h, tava um calor absurdo! Tomei banho e fui assistir ao Jornal Hoje. Não deu nem tempo de eu responder o "Boa Tarde" do Evaristo e da Sandra direito e eu já tava cochilando! Mas minha "sesta antes do almoço" não durou tanto quanto eu gostaria, porque eu sabia que se dormisse muito, não conseguiria dormir a noite, e isso se transformaria na tal bola de neve do sono acumulado que minha mãe tanto fala!
Aí eu almocei, lavei a louça, fui à casa da minha tia, voltei, tomei banho, vi tv, lanchei, li e logo começou a tal tempestade. Eu tava até com esperança de que ela parasse logo e eu conseguisse postar isso ontem, mas como isso não aconteceu, tá aí: o post de ontem, hoje! hehe.
O importante é regar as florezinhas! ^^
Beijos,
Bel.

Ps: prometo não ficar copiando os títulos da Deby e fazer '2' em todos, é que foi bem sugestivo.

Alegria de pobre.

Pois é. Como dizem por aí, 'Alegria de pobre dura pouco.' Nada mais real pra mim. Como sou pobre e preciso garantir o leitinho das crianças, voltei à dura vida de proletariada hoje. As férias da faculdade só acabam em março, mas o trabalho de professorinha já voltou de vento em popa!

Bom, aquelas crianças pareciam ter tomado uns cinco litros de Biotônico Fontoura misturado com igual quantidade de Red Bull. Só isso explica tanta energia acumulada em corpos tão pequenos. Como mudei meus dias de trabalho, ás segundas estou trabalhando em Betim, cidade (relativamente) vizinha da minha, Belo Horizonte. Para chegar até lá eu saio de BH, vou pra estação do metrô de Contagem, outra cidade vizinha de BH e de lá vou pra Betim. Pois é, num dia eu passo por 3 cidades mineiras! Uma maratona digna de Guinness! Enfim, após essa maratona de acordar às 6 da matina para estar na escola de Betim às 8 da madrugada, encontro com meus queridos pirralhos cheeeeios de energia!

A parte da manhã foi, relativamente, mais tranquila. Uma vez que a tarde foi BOMBANTE! Exceto pelo fato de que meus alunos mais velhos (de 12 a 15 anos) estão com tanto hormônio à flor da pele que dá até pra sentir o cheiro de animal no cio. Eles não paravam de falar de Playboy, assinatura da Playboy, mulheres peladas, mulheres melancia, melão, jabuticaba, abacate e muitos outros frutos. Eu pedia, implorava, mandava eles pararem mas era totalmente inútil. Eles olhavam pra mim, (depois de eu já ter gritado, batido na mesa e virado cambalhota) se compadeciam da pobre 'fessora pequenininha', mas dois minutos depois estavam falando das mesmas pornografias, porém... com um nível pior ainda! Aff. E eu tenho que ficar lá, né?! Ouvindo aquela nojeira! Enfim, hormônios de sobra... tento entender.

Já a parte da tarde foi algo SOBRENATURAL! Sinceramente, eu estava com vontade de sair distribuindo cascudos pedagógicos naqueles pirralhinhos abençoados. Mas me contive.

W (aluno bagunceiro): 'Fessora, no meu desenho a namorada do Ayrton Senna está presa na boca.'

Fessora (eu): 'Hã? oO'

W: 'É, o Filipe Massa que prendeu ela. Ele tava com inveja do Ayrton Senna.'

Fessora: kkkkkkkkkk. Aiaiai.

Pois é. Além de Fórmula 1, eles estavam adeptos ao boxe, à luta livre, ao sumô e até esgrima (com réguas). Eu tava vendo a hora que alguém ia ser degolado. Eles não paravam de brigar!!! E eu??? Bom, depois de ter tomado uma voadora no pâncreas por ter tentando apartar uma briga, eu aprendi... Deixa o pau quebrar! Na hora que alguém desmaiar, eles param. Aí a gente liga pro Samu, Bombeiros, e vai fazendo massagem cardíaca até o socorro chegar. Ainda bem que ainda não chegamos a esse ponto. Mas eu que não entro no meio de meninos brigões!

Apesar desses, tinham também uns alunos novatos. Aqueles que querem fazer o filme com a 'fessora'. Ficavam fazendo cartinhas, me abraçando e beijando... com a boca cheia de farofa por causa da merenda. haha. Melhor beijo com boca cheia de farofa, do que voadora no pâncreas de aluno brigão. Depois de muito caos naquela escola, de quase perder a voz de tanto mandar aluno sentar, calar a boca, parar de chamar o colega de burro, retardado, idiota, e pedir pra pararem de enfiar o dedo no olho do coleguinha... a aula acabou! Uffa!!! Ainda bem que 'alegria de pobre dura pouco' mas tristeza também tem fim! rsrs

Peguei o bus. O trocador com uma cara de nádegas mal lavadas... As janelas do ônibus estavam tão embassadas e sujas que meu estômago começou a embrulhar. Enfim, estômago fresco, quase chamando o juca, mas chego em casa. E o que não me espera??? Uma casa sem luz!!! Tinha caído um dilúvio aqui. Tanto que fui pra casa, depois de ter pegado o bus até a estação, de carona na arca com o Noé! Meus pais não estavam aqui... Tinham ido a um enterro de um senhor da minha igreja. Muito triste! Era um velhinho que eu gostava demais. :(
Ficamos eu e minha irmã aqui, na maior escuridão. Ela me contando casos da escola nova dela. Ri demais! Minha irmã tem o dom. Vou colocá-la no teatro. Depois caímos no sono. Meus pais chegaram. A luz voltou e aqui estou eu.

Dia atribulado, não?! Mas bem... Sobrevivi!!!

"E você, já regou suas flores hoje?"

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